sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

MESVERSÁRIO DO JOÃO (ATRASADO)

Ai gente, me desculpem, mas eu realmente me enrolei com esses dias de festas de final de ano e não postei sobre o mesversário do meu príncipe, que foi dia 23.

Mas sempre é tempo certo?


João completou seu mesversário com muita saúde e feliz ao lado de todos os que o amam...


Ainda não temos uma medição exata pois a consulta com a pediatra será no dia 30, mas papai pesou com ele na balança do banheiro e deu mais ou menos 3,400kg, vamos ver na consulta.


Ele está bem, mamando muitooooooooo, é um esfomeado e ai de mim se não dou o peito quando a fome apita...o bichinho berra que acorda a vizinhança...risos


O calor tá demais, e João agora só fica com roupinhas leves...já está engordando a olhos vistos e as dobrinhas já estão começando a aparecer...


Enfim, queridos leitores, tudo correndo bem...
grande beijo,
Meiroka e João
João e seu titio Alcir

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A doce e difícil arte de amamentar

Taí um assunto que rende muito entre nós mães...a amamentação. Sua importância é ponto pacífico e não tem o que discutir. Os benefícios ao bebê são tantos que não dá pra entender mães que não amamentam ou que simplesmente desistem na primeira dificuldade.
Ok, ok...eu entendo (e hoje mais do que nunca) as dificuldades que passamos...porque amamentar, senhoras e senhores é 'coisa pra macho'!
Por isso resolvi escrever este post e colocar minha própria experiência neste curto período de um mês de amamentação do meu príncipe. Quem sabe não ajudo mães indecisas, mães desanimadas ou mães desinformadas.
Bom, pra começo de conversa quando saí da sala de parto, o João já veio pro quarto e com ele a enfermeira toda solícita (e foi mesmo um amor) me ajudar na tal da 'pega' (a pega minhas queridas é o jeito correto do bebê abocanhar o bico do seio e tem que ser mesmo do jeito certo, senão corremos o risco de graves consequências como rachaduras e tal). Bom, como nas primeiras horas a gente não pode levantar a cabeça e ainda estamos sob o efeito da anestesia, ficamos absolutamente nas mãos da enfermeira, por isso torçam para terem ao seu lado boas e competentes profissionais. Eu tive! Porque elas pegam 'mesmo' no bico do seu seio pra direcionar a boca do bebê, ou seja, tem que entrar tudo na boquinha deles e não somente o bico.
E como o João era dorminhoco demais, tínhamos que ficar fazendo coceguinhas nos pés dele pra acordar e pegar o seio. Mas até aí, tudo bem: nenhuma dor, só o desconforto de ficar deitada e não poder curtir de verdade a sensação do seu filho se alimentar do seu leite.
Nos dias seguintes, tive a ajuda de outras enfermeiras, todas elas maravilhosas. Mas foi quando meu leite desceu mesmo que eu comecei a perceber que o 'buraco era mais embaixo'. Foi na terceira noite, eu acordei de madrugada com os seios doendo e duros como pedra, literalmente parecia que tinham colocado várias pedras nos meus seios e pedras quentes, pq estavam pegando fogo. Não me desesperei pq meu médico já tinha me prevenido de como poderia acontecer. Fui pro chuveiro e deixei cair bastante água quentinha e fiz muita massagem tentando desatar os nódulos duros, que nada mais eram do que os ductos mamários lotados, à espera da boquinha do João. E como João não estava mamando muito, uma das enfermeiras (fofas!) improvisaram uma bombinha para tirar um pouco o excesso.
Por isso anotem: a tal bombinha manual é um item importante sim (se bem que usei bem pouco pq depois o João começou a dar conta do recado), mas nunca se sabe como será o seu caso. Então coloquem nos seus itens de compra: uma bombinha manual - o custo é de mais ou menos 35,00.
Outra coisa: lembro de ter lido uma pergunta sobre se devemos esgotar um peito antes de dar o outro e como saberíamos qual foi o último seio que demos. Achei a pergunta boba! Claro que saberíamos qual foi o último seio que demos, mas qual o que! Quantas vezes eu me pego tentando lembrar qual foi o último seio que dei...risos
De qualquer maneira, uma maneira certa de lembrar é que normalmente o seio que não foi dado vai estar cheio e quente...é batata! OU melhor...é leite! risos
Bom, depois que voltamos pra casa e o João entrou no ritmo das mamadas de 3 em 3 horas, eu achei que essa rotina continuaria por muito tempo...qual o que!!! na última semana o ritmo mudou completamente! João está 10 vezes mais guloso, não se contenta mais com um seio só, quer os dois...e mama muitoooo tempo... Durante o dia tudo, tudo bem! a gente se distrai com televisão, ou mesmo lendo uma revista...mas nas madrugadas é bem complicado se manter acordada...
Por isso, meninas pensem seriamente em comprar uma poltrona bem confortável para as mamadas, meu super marido que é o cara mais objetivo e de visão que eu conheço, não deixou eu comprar aquelas poltroninhas bonitinhas que ficam naqueles quartos maravilhosos que vemos nas revistas, comprou logo uma poltrona do papai, daquelas bem acolchoadas, com braços altos e reclinável com suporte para os pés...ainda não a usei reclinada e como tenho um puff bem legal é nele que coloco as pernas (ficar com as pernas esticadas é tudo de bom para sua circulação). Na poltrona eu me ajeito de tal forma que é impossível o João cair caso eu pegue no sono (e isso acontece muitas vezes). Então, outro item imprescindível: uma poltrona bem confortável para amamentar! (e um bom travesseiro para apoiar o corpo do bebê, outro pra sua lombar (um pequeno) e outro pequeno para sua cabeça quando tombar de sono.
Por conta desse ritmo doido de sugação do João, meus seios não aguentaram e começaram a doer, os bicos ficaram sensíveis demais e a cada mamada era uma dor insuportável. Cheguei a chorar de dor.
Mesmo recorrendo a uma pomada que meu médico receitou. Aliás, anotem aí: Xilodase. Muita boa mesmo. É anti infecciosa e dá uma adormecida na dor. Mas mesmo assim, no início da 'pega' doía demais. Foi aí que descobri um aliado que ficará comigo enquanto eu estiver amamentando: é um bico intermediário de silicone. É fantástico como me ajudou. É só colocar antes de amamentar e deixar o bebê sugar um tempo, na verdade ele é feito pra ajudar quem não tem o bico do seio formado ou tem o bico invertido, mas nesse caso de muita sensibilidade esse negocinho é um achado. Outra ajuda são as conchas de proteção, quando se coloca a pomada, não adianta nada se ela sai toda no sutiã ou nos protetores (que também são ótimos aliados, principalmente para proteger suas roupas dos vazamentos, eu estou usando da Johnson's pq achei que foi o melhor custo x benefício, mas tem um monte de marcas e preços).
Então, as conchas para preparação de mamilo (que é o nome oficial) protegem o bico do seio de qualquer contato e além disso elas captam o leite que vaza). Então minha rotina tem sido assim: eu passo a pomada e coloco as conchas (normalmente à noite), aí quando o João berra (e ele berra mesmo quando tá com fome), eu tiro uma das conchas, lavo o bico do seio, coloco o intermediário de silicone, o João 'pega' e começa a mandar brasa, daí a alguns minutos já dá pra tirar o intermediário e deixar ele mamar até esgotar o seio. Aí passo pro outro seio e faço a mesma coisa. Depois disso, geralmente eu não preciso mais passar a pomada e colocar a concha, exceto quando meu seio tá muito dolorido, aí eu repito todo o processo. Dessa maneira, tem sido bem mais fácil amamentar.
Vou colocar as imagens desses 'apetrechos' para que vcs conheçam, não tô fazendo propaganda da marca, mas é a que estou usando então posso recomendar.
Gente, sei que esse post foi meio 'sem fantasias' no que se refere à amamentação. Quase sempre lemos descrições lindas e emocionantes da maravilha e privilégio que é amamentar seu filho, mas precisamos unir tudo isso à realidade, certo?
Somos nós que ficamos um longo tempo alimentando nossos filhos, então nada mais justo do que termos o maior conforto possível para isso.
Além disso, nada tira da amamentação o status de privilégio absoluto de nós mulheres. É uma graça divina poder alimentar um ser humano, depois de gerá-lo. É indescritível o olhar do seu filho para você durante a amamentação. Mas é meio difícil captar todo esse cenário com dor, certo?
Espero tê-las ajudado. E qualquer coisa, postem comentários que eu respondo!
Grande abraço a todos!
Meiroka e João
Intermediário de silicone - preço médio 13,00 (vem um só)




Conchas para preparação do mamilo - preço médio 34,00 (vem o par)

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Surpreendente Recém-Nascido

Gente, nas minhas pesquisas de jovem mãe idosa, me deparei com esse livro acima, de autoria de M. Klaus & P. Klaus. Achei super interessante o resumo dos pontos principais, então resolvi colocar. Sei que é meio longo, mas para as mamães de primeira viagem, tenho certeza que vai ser interessante:
Os recém-nascidos humanos apresentam seis diferentes estados de consciência. Cada um deles é acompanhado por comportamentos bastante específicos e que variam de acordo com o grau de sono ou vigilia.
As formas do bebê estar e agir no mundo podem ser de sono (ativo e tranquilo), torpor e alerta (inatividade alerta, alerta ativo e choro). Na primeira hora de vida, mais especificamente nos primeiros 40 minutos, os RN passam por adaptaçoes fisiológicas e iniciam sua interação com o mundo. Uma das primeiras respostas do bebê é entrar em um estado de inatividade alerta prolongado, que é quando fica com os olhos abertos, realiza poucos movimentos, tem um olhar brilhante, luminoso e realiza o contato olho-no-olho com seus pais. Neste estado é que há a maior capacidadde interativa do bebê com seus pais e com o meio. Com a atividade motora suprimida, a energia do RN parece estar toda canalizada para ver e ouvir. Durante a primeira semana de vida o bebê normal passa aproximadamente 10% do seu dia neste estado excitado e receptivo.
No estado de alerta ativo há movimentos freqüentes, os bebês olham para o que ocorre no ambiente, emitem sons, movem pernas e braços. Este estado aparece antes de se alimentar ou quando o bebê está inquieto.O estado de choro, que é uma forma óbvia dos bebês se comunicarem, ocorre quando estao com fome ou desconfortáveis. Seus olhos podem estar abertos ou firmemente fechados, a face fica contorcida e vermelha e há movimentos vigorosos de pernas e braços. Muitas maes sabem que podem alterar os estados de choro dos bebês, segurando-os no colo ou acariciando-os.O estado de torpor geralmente ocorre quando o bebê está acordando ou adormecendo. O bebê pode continuar a mover-se, algumas vezes sorrir, franzir as sobrancelhas ou mexer os lábios.Os olhos têm uma aparência de olhar apática e geralmente nao se focalizam em nada. As pálpebras pendem e, antes de se fecharem, os olhos podem girar para cima.
Durante o período logo após o nascimento, o bebê dorme a maior parte do tempo (aproximadamente 90% do dia ou da noite) e frequentemente adormecerá durante a amamentação.Metade deste período de sono é passado em sono tranquilo; a outra metade em sono ativo. Esses dois estados alternam-se a aproximadamente cada 30 minutos durante o sono. No sono tranquilo a face do bebê está relaxada e as pálpebras estao fechadas e imóveis. Nao há movimentos do corpo e os bebês estao em total repouso, com a respiração em ritmo regular.No sono ativo os olhos estao entre o aberto e o fechado e pode-se frequentemente ver os movimentos dos olhos sob as pálpebras. Pode haver atividade física ocasional, que varia de movimento dos braços e pernas à agitação do corpo inteiro. A respiração é irregular e mais rápida que no sono tranquilo. Podem fazer caretas ou exibir surtos de sucção ou mastigação. Quando os bebês acordam geralmente estavam no sono ativo. Os bebês também têm o sono REM, mas nao se sabe se, como nos adultos, sonham neste período.

O QUE O RECÉM-NASCIDO Vê?
Em 1960 as pesquisas sobre a capacidade dos RN de verem foram aprimoradas. Dr. Frantz foi o primeiro no assunto e desenvolveu um método para estudar a fixação visual do RN. Ele colocava um bebê em alerta sereno em um assento ajustável e dentro de uma câmara eram mostrados padroes para o bebê. O Dr. Frantz olhava seus olhos e identificava quais figuras eles preferiam. Estas eram invertidas a cada 10 segundos e o psicólogo via qual a preferência do bebê. Concluiu-se que os RN preferiam padroes abstratos, contornos pontudos, contrastes claro-escuro, padroes complexos, curvos e eram especialmente atraídos pela face regular ao invés da face desorganizada.Outros pesquisadores observaram que os RN eram atraídos por movimentos. Quando um objeto em movimento atrai sua atenção eles sao capazes de focalizar-se nele. Se uma bola vermelha é movimentada, lentamente, a uma distância de 20 cm de suas faces, eles a seguirao primeiro com os olhos e, entao, virarao a cabeça horizontalmente e às vezes verticalmente. Inicialmente a atenção dos bebês será intensa, mas após alguns minutos eles perdem o interesse, ficando sonolentos ou virando para o outro lado, desligando-se.A capacidade de ver e focalizar-se em objetos ocorre principalmente durante o estado de inatividade alerta. Neste estado o bebê frequentemente para de mover-se ou sugar e torna-se bastante imóvel. Esses curtos períodos de atenção visual extasiada, ocorrendo logo após o nascimento e durante todo esse primeiro período, levam o RN ao contato olho-a-olho, que é vital à interação humana. Neste mútuo olhar inicia-se o primeiro diálogo entre os pais e o filho.Sabe-se que a visao dos RN é melhor a uma distância de 20 a 25 cm da face. Isto ocorre porque eles nascem míopes e têm dificuldade para acomodar a visao a distâncias. Sabe-se também que os objetos visuais interessantes podem alterar o estado de consciência de um bebê. Se este está sonolento ou choroso, pode entrar no estado de inatividade alerta se alguma coisa fascinante prender seu olhar. Os RN sao capazes de processar informaçoes visuais, lembrando-se do que viram e usar aquela informação. Se mostrarmos a mesma figura para bebês por longos períodos de tempo, eles tendem a diminuir seu tempo de observação, como se estivessem aborrecidos. Foi demonstrado que se for colocada uma máscara no rosto da mae quando o bebê tem 8 dias, ele perceberá e olhará para ela durante a amamentação como se algo estivesse errado ou diferente. Ele tomará menos leite, nao adomercerá com facilidade e dormirá por menos tempo. Isto sugere que eles reconhecem suas maes e lembram de seus rostos. Uma das formas nao verbais primárias pelas quais os humanos se comunicam é olhar para o outro. A capacidade visual precoce do bebê e o desejo insasiável dos pais de admirá-lo criam oportunidades infinitas para experimentar, descobrir e interagir um com o outro. A curiosidade visual do RN e sua capacidade de ter o contato olho-a-olho é muito compensadora para os pais e pessoas que cuidam dele.

AUDIÇÃO, TATO, PALADAR E OLFATO
Os bebês preferem vozes agudas e as maes e pais parecem instintivamente usar vozes agudas quando falam pela primeira vez com seus bebês após o parto. Essa fala de bebê parece ser universal. Charles A. Ferguson, um linguista de Stanford, revelou que maes de 6 nacionalidades diferentes passam repentinamente a fazer sons semelhantes e a usar sílabas sem sentido, usando frases curtas e vozes de falsete, sejam quais forem suas línguas nativas.Quando uma sineta é tocada, os bebês se orientarao para o som primeiro virando os olhos e, entao, a cabeça na direção do som. Uma vez que os bebês sao receptores passivos de sons e nao podem fugir deles no ambiente, eles perdem o interesse, tornando-se acostumados, como se nao ouvissem o que ocorre ao seu redor.Os RN sao mais responsivos a vozes humanas. Quando um bebê está em inatividade alerta e lhe falam perto do ouvido, ele primeiro vira os olhos na direção da voz e, após, vira a cabeça. Ainda mais atraente para o bebê é alguém falar e olhar para ele simultaneamente. O Dr. Anthony DeCasper reconhecia que, uma vez que os bebês têm um controle inato de suas bocas e lábios, eles poderiam ser capazes de indicar uma preferência alterando a taxa ou o ritmo de sucção. Ele realizou várias experiências baseando-se nisto. Trabalhando com bebês de 2 dias, em estado alerta, ele colocou uma chupeta na boca de cada bebê e ajustou a seus ouvidos um par de fones acolchoados. A chupeta foi ligada a um dispositivo que desencadeia diferentes gravaçoes. Por exemplo, se o bebê sugasse rápido, ouviria a voz de uma mulher e se sugasse em ritmo mais lento, ouviria um homem. Onze dos doze bebês testados sugavam mais rapidamente, para ouvir a voz de mulher. Neste estudo quase todos os bebês aprenderam rapidamente que seu ritmo de sucção determinava o que ouviriam. DeCasper descobriu também que os bebês preferem a voz de suas maes à voz de outras mulheres, mas no período imediato ao nascimento nao preferem a voz do pai àquela de um outro homem. O reconhecimento da voz dos pais vem mais tarde, com alguns dias de vida. Acredita-se que a preferência pela voz da mae seja o resultado do bebê ouvir continuamente a voz dela durante a vida fetal e porque as vozes masculinas sao menos distingüiveis através da parede uterina, devido ao seu tom mais grave.Para descobrir se os bebês têm alguma memória do que ouvem no utero, o Dr. DeCasper fez várias pesquisas. Ele inicialmente fazia gravaçoes de 16 maes enquanto elas liam 2 poemas infantis. Durante as 6 ultimas semanas e meia de gravidez, cada uma das maes no estudo foram solicitadas a ler em voz alta apenas um dos poemas, duas vezes por dia. Com isto, cada feto teve aproximadamente 5h de tempo de escuta da mesma história lida repetidamente até o nascimento. Aos 3 dias de idade foram colocados fones nos ouvidos dos bebês e as gravaçoes dos dois poemas foram rodadas. Os bebês ouviam uma história quando sugavam rápidamente e outra quando sugavam lentamente. Quinze dos RN sugavam rapidamente para receber a história que tinham ouvido suas maes lerem quando ainda eram fetos.Além da capacidade auditiva, os RN têm o sentido do tato bem desenvolvido, uma vez que estao cercados e sao acariciados por tecidos e líquidos mornos desde o início da vida fetal. Eles gostam de ser abraçados e frequentemente se aninharao e moldarao ao seu corpo. Os lábios e as mãos têm o maior número de receptores do tato e isto pode explicar porque eles gostam tanto de chupar os dedos. O sentido do tato é uma forma importante de os bebês se satisfazerem, explorarem seu mundo e iniciarem contato.Observaçoes do que o RN prefere sugar demonstram que ele é capaz de fazer discriminaçoes precisas e é responsivo a pequenas alteraçoes químicas nos alimentos colocados em sua língua. Preferem alimentos doces e demonstram desprazer com líquidos salgados, ácidos ou amargos. Eles também podem distingüir e reconhecer diferentes odores. Aos 6 dias de vida, os bebês reconhecem o cheiro de suas maes e isto vai se tornando mais pronunciado com a idade. As maes também identificam seus filhos pelo cheiro desde muito cedo. O sentido do olfato, assim, é uma outra forma de mae e filho aprenderem um sobre o outro.

MOVIMENTO DA CRIANÇA E SEU SIGNIFICADO
Atualmente nao se acredita mais que todos os gestos e contorçoes de um bebê sejam aleatórios e sem significado. Quando um bebê está em estado alerta ativo de consciência ele alterna atividade e serenidade que ocorre continuamente a cada um a dois minutos. esse mesmo ritmo de movimentação espontânea inicia no feto a partir das vinte semanas de gravidez. A quantidade de movimento varia de bebê para bebê. Apesar das particularidades do bebê, práticas culturais podem influenciar na movimentação dos mesmos. Por exemplo, bebês que sao enfaixados com cueiros tornam-se quietos e movimentam-se pouco. Nao apenas práticas culturais influenciam o bebê mas também as diferenças raciais. As observaçoes de recém-nascidos negros, caucasianos e orientais mostram que os bebês orientais tendem a ter menos força e tonus muscular e sao também menos ativos ao nascer do que os outros grupos. Em comparação, bebês negros têm, em geral , mais tônus, força e atividade muscular. Os bebês caucasianos ficam numa faixa intermediária.Quase imperceptivelmente o corpo do bebê recém-nascido move-se ao ritmo da voz de sua mae executando um tipo de dança conforme a mae vai falando. Esses movimentos podem consistir de leves movimentos de elevação da sobrancelha, em extenção de um pé ou no levantar de um braço.Existem outras respostas que se observa nos RN que sao automáticas e denominadas de reflexos. Eles existem desde o nascimento e tendem a desaparecer com os meses. Sao chamados de REFLEXOS PROPRIOS DO RN e dividem-se em dois grupos:A)Reflexos que após algum tempo desaparecem para dar lugar a mesma atividade só que voluntária. Ex.:Reflexo de marcha e preensao; B)Reflexos que posteriormente desaparecem e só retornam em condiçoes patológicas.Ex.:Reflexo de Moro.

TIPOS DE REFLEXO PROPRIOS DO RN:

REFLEXO DE BABKIN-Quando o observador pressiona seu polegar na palma da mao do bebê sua boca se abre.REFLEXO DE SUCÇÃO-O RN normal apresenta sucção reflexa como resposta a qualquer objeto que lhe toque os lábios.
REFLEXO DE MORO OU ABRAÇAMENTO-É a forma do RN reagir a um estímulo brusco, seus braços e pernas estendem-se abruptamente e, entao, lentamente se refletem.
REFLEXO DE PREENSÃO DOS DEDOS-O RN flete seus dedos ao contato com um objeto ou quando o próprio polegar lhe toca a palma da mao. Os bebês podem até levantar seu próprio peso sob certas circunstâncias e com ajuda se impulsionarao para a posição sentada. Alguns cientistas acreditam que este reflexo representa uma adaptação da evolução porque permitia que o bebê se segurasse ao cabelo durante caminhadas prolongadas ou enquanto fugiam de algum perigo.
REFLEXO DE PREENSÃO DOS ARTELHOS-O bebê flete os artelhos como resposta a um objeto que lhe toque as plantas dos pés, próximo a inserção daqueles.
REFLEXO DE PROPULSÃO OU REPTAÇÃO-Consiste no deslocamento para adiante de um RN em decúbito ventral quando se faz apoio sobre a planta dos pés.
REFLEXO DE ENRAIZAMENTO-Quando se acaricia a bochecha do bebê ele se voltará naquela direção e abrirá a boca. Este reflexo torna mais fácil o início da alimentação.
REFLEXO DE MARCHA-O bebê colocado na posição anterior e fletido ventralmente o tronco, torna-se capaz de trocar um pé diante do outro e inicia a marcha reflexa,como se fosse caminhar.
OUTROS-BABINSKI, TONICO-CERVICAL, REFLEXO DE EXTENSAO CRUZADA.Os bebês têm também outros reflexos automáticos como os adultos. Seu coração responde a mudanças emocionais como medo, aumentando o número de batimentos cardíacos: eles respondem quando se faz cócegas no seu nariz, tossem, soluçam e bocejam.
EXPRESSÕES FACIAISA maioria dos adultos tem fascinação pela face dos RN e os bebês também têm fascinação pela face humana. Em testes realizados em que se mostrava a um bebê uma figura de rosto humano e uma figura geométrica, eles preferiam o rosto humano. Quando serenos e alertas, os bebês frequentemente fixam o olhar no rosto dos pais com interesse especial e sao capazes de nao apenas responder ao que vêem neste rosto, como também imitar algumas de suas expressoes. Com o bebê em inatividade alerta, a uma distância de 20 cm, faz-se lentamente expressoes faciais distintas, como expor a língua, e o bebê vai, também lentamente, imitando as expressoes que vê.

O RECÉM-NASCIDO NA FAMÍLIA
Quando seguram seus bebês pela primeira vez, as mãos quase invariavelmente exploram-os. Neste momento muito precoce os pais têm um interesse especial pelos olhos do bebê e, inconscientemente, tentam alinhar seus olhos ao mesmo plano de rotação, paralelo ao de seu filho, também chamada de posição face-a-face. Nos primeiros olhares, maes e pais frequentemente expressam um estado incomum de excitação. Muitas maes relatam sentir-se apegadas calorosamente a seus filhos após eles terem olhado para elas, reconhecendo a importância de relacionar-se com o bebê através do contato olho no olho.Sabe-se que quanto mais tempo os pais poder dispender com seus bebês nos primeiros dias de hospitalização, melhor eles entenderao o bebê e serão capazes de satisfazer as necessidades do RN quando estiverem em casa. Os irmãos mais velhos também podem se beneficiar com mais visitas ao hospital. Durante anos as maes ficaram divididas entre o novo bebê no hospital e os filhos que estavam em casa. Para uma criança com menos de 6 anos, a curta separação da mae pode acarretar em crises de birra e choro, distúrbios de sono e problemas alimentares. Recomenda-se, portanto, que as famílias levem os filhos pequenos ao hospital diariamente, pois assim a volta para a casa torna-se menos carregada de ansiedades.
beijokas
Meiroka e João

As famosas cólicas

Bom, como não poderia deixar de ser, João já está tendo cólicas...A gente sabe que vai acontecer, mas quando acontece dá uma dor na gente, parece que a cólica é nossa, aliás, acho que dói mais do que se fosse na gente. A barriguinha fica dura feito pedra e o choro é tão sentido que ...vou te contar, viu! Ser mãe nessas horas é um saco, pq vc fica totalmente impotente e se sente uma inválida...
Mas, como não sou de entregar os pontinhos, fui à cata de soluções para amenizar a dor do meu pequeno. Achei um monte de coisas e vou postar algumas que achei pertinentes. Vamos lá e espero ajudar outras mães de primeira 'cólica':
O que é a cólica?O recém-nascido não tem a estrutura gastrointestinal amadurecida. Seus intestinos ainda não funcionam perfeitamente, não está totalmente adaptado e não consegue eliminar satisfatoriamente os gases acumulados em seu interior. Além disso os bebês engolem ar quando mamam e chupam chupeta (aerofagia), causando o acúmulo de gases e gerando dores: as cólicas.Normalmente as cólicas duram até o 3º ou 4º mês de idade, raramente se prolongam por além disso.Quais os sintomas?Choro alto e por longos períodos, geralmente piora no final da tarde e início da noite. O bebê sacode as perninhas, fica avermelhado e elimina gases. Geralmente sente dificuldade em ingerir o alimento e frequentemente há dificuldade em pegar no sono.A cólica é perigosa?Os bebês que sofrem do problema, apesar das crises de choro e recusa em se alimentar, geralmente ganham peso. As cólicas são parte da vida do bebê e não prejudicam seu desenvolvimento.O que fazer quando o bebê tem cólicas?Se forem demasiadas é interessante uma consultinha ao pediatra. É interessante manter anotações diárias, descrevendo os alimentos ingeridos pelo bebê e pela mãe e o horário. Intervalo de sono do bebê e evacuações também podem fazer parte da agendinha.Como a cólica é tratada?Não há cura, pode-se somente amenizar o problema.* O estresse da mãe na hora do choro é sentido pelo bebê, mantenha-se calma.* Envolva o bebê num cobertor para aconchegá-lo, certifique-se de que o tempo não está muito quente.* Compressa de água morna na barriguinha do bebê também pode auxiliar.* Ponha a barriguinha do bebê em contato com a sua, recordando-lhe o período intra-uterino.* Massageie o abdome em movimentos horários (utilize creme neutro para suavizar), em seguida faça movimentos de pedalar, levante e abaixe as perninhas do bebê.* Massageie a coluninha do bebê com a ponta dos dedos suavemente, dê atenção especial para a parte baixa das costas.* Continue amamentando. O leite materno não é a causa da cólica: proporcionalmente os bebês amamentados ao seio apresentarão uma incidência menor de cólicas, evite dar chupeta para a criança.* Atenção com a dieta da mãe, evite: chocolate, leite de vaca, café, chá mate, ovos, feijão, repolho, brócolis e couve-flor.* Não alimente o bebê cada vez que ele chorar se o intervalo for inferior a 2 horas, pois este é o tempo que o estômago leva para se esvaziar (salvo quando o bebê tenha se alimentado mal).* Por fim o pediatra pode indicar alguns medicamentos para auxiliar a liberação dos gases, como o luftal, mas aí tem que ver com seu pediatra.
Outras dicas (algumas parecidas com as anteriores, mas sempre valem):
Para o alívio das cólicas do recém-nascido:· Coloque o bebê sobre as suas pernas e com um pouquinho de óleo de amêndoas ou camomila em suas mãos, faça leves massagens em sua barriguinha, com movimentos suaves e circulares sempre em sentido horário.· Coloque o bebê, de preferência sem roupas, sobre a sua pele nua, deitado de bruços e faça massagens em suas costas, sempre deslizando suas mãos suavemente e em movimentos circulares, principalmente na região lombar (região próxima ao bumbum). Deixe o bebê à vontade e faça isso quantas vezes quiser, sempre com muito amor.· Aquecer a região do abdome da criança costuma amenizar as contrações. Isso pode ser feito com a colocação de bolsas térmicas ou fraldas de pano aquecidas com o passar.· Deite o bebê de lado direito (essa posição ajuda a esvaziar o estomago), deite-se ao lado e acaricie-o dizendo palavrinhas suaves, de bom efeito calmante nessa hora. Barriga contra barriga. Nada melhor que um contato pele a pele para recém-papais e recém-nascidos com cólicas. Ficar debruçado sobre um lugar quentinho diminui as dores.· Só deve ser aplicada longe dos horários das mamadas. Coloque o bebê deitado de costas, segure suas pernas e flexione-as, pressionando suavemente os joelhos contra a barriguinha. Depois estique as pernas e repita o movimento várias vezes. Isto ajuda a eliminar os gases.· Fazer ginástica com as perninhas do bebê como se ele estivesse “pedalando”.Cuidados a serem tomados:· Amamentar a criança na posição adequada, ou seja, com uma posição confortável e uma boa pega da auréola do seio materno, de frente para a mão (barriga contra barriga). Nos casos de aleitamento artificial não amamentar a criança deitada e evitar a ingestão de ar da mamadeira, inclinando-a de maneira adequada.· Aguardar a criança arrotar por pelo menos 10 minutos após a mamada, em posição elevada. Muitas vezes a criança arrota quando se muda sua posição. A alimentação da mãe que amamenta deve ser saudável, com bastante líquidos, porem deve-se evitar a ingestão de alimentos como chocolates, refrigerantes e condimentos. O sistema digestivo do recém-nato tem dificuldade de digerir substancias muito apimentadas.· Os pais devem manter a tranqüilidade no momento das crises. Quando o choro é muito prolongado, é recomendado a divisão do trabalho entre os pais.· A mãe não deve ficar nervosa com as cólicas, pois sua ansiedade e insegurança são sentidas pelo bebê que reage com mais cólicas.· A mãe deve ter em mente que esse período não dura mais que três meses e meio.· Deve-se criar um ambiente calmo enquanto o bebê é alimentado e a mãe deve aproveitar esse momento com seu filho, ouvindo músicas relaxantes e certificando-se de que ela e seu filho estão fisicamente confortáveis.
REFERÊNCIAS: www.guiadobebe.uol.br, www.planetanatural.com.br,www.aleitamento.org.br.
Ah, e por fim uma coisa bem importante que li e que a pediatra do João me disse:
"Não vá na conversa de que não pode comer isso ou aquilo porque vai causar cólica no bebê (exemplos: feijão, chocolate, brocolis, repolho etc.). A única restrição durante a amamentação é para o álcool e o cigarro, o resto é liberado desde que a mãe já esteja acostumada a comer (não vai querer inventar de comer frutos do mar pela primeira vez na vida, certo?). A médica disse que, se a pessoa não tem alergia a nenhum alimento, não tem porque restringir, o que é preciso, isso sim é observar o que come e se há alguma alteração no bebê. Cada pessoa tem reação diferenciada para diferentes tipos de alimentação, por isso não se restrinja, apenas seja uma mãe observadora: se comeu algo diferente e o bebê reagiu com uma cólica mais forte, aí sim pense em não comer aquele alimento novamente".
Beijokas,
Meiroka e João

Primeira visita a pediatra

Hoje João teve sua primeira consulta com a pediatra. Ela se chama Luiza e adoramos! Super delicada, e principalmente explica tudinho, do jeito que eu e marido gostamos.
Falou de todas as vacinas (ai Jesuis como são caras!) e ´varias outras coisas, como por exemplo, o problema da minha miopia que pode ter sido passada para o João (eu não sabia que poderia ser hereditário).
Bom, depois examinou o João e 'obviamente' foi devidamente carimbada com uma bela mijada! (esse meu filho gosta de deixar sua marca por onde passa...rs),
Disse para não nos preocuparmos com a icterícia pois vai passar 'com ou sem sol', é que com sol sai mais rápido.
Pediu para irmos na semana que vem, pois ela gosta de observar os recem-nascidos semanalmente no primeiro mês.
Taí, gostei!
bjkas
Meiroka

Primeiros dias em casa...continuando o tratamento

João em casa é a paz em forma de bebê. Não chora, só reclama qdo a barriga ronca...e olha que ronca bastante. Graças a Deus tenho bastante leite e João aprendeu a 'pegar' direitinho. Tá certo que briga um pouco com o bico do meu seio, afasta com a mãozinha e depois abre um bocão querendo pegar tudo de uma vez...é um barato! e mama, mama...em média uns 20 minutos. Durante o dia tudo bem, mas à noite...ai ai...é duro se manter acordada durante 20 minutos, fico pescando direto, mas é assim certo? Mas tenho um trunfo: marido! Que está sempre me apoiando, me ajuda em tudo, inclusive a noite, levanta pra trocar o João, arruma meus travesseiros para a mamada, busca água pra mim...enfim, maridão e paizão só o nosso mesmo, né João?
O tratamento da icterícia continua, o único problema é o sol que resolveu tirar umas férias por estas bandas...conseguimos pegar uma manhã e uma tarde de sol, mas estamos à cata dele...ainda se percebe um pouco de amarelo no João, principalmente no rosto, no branco dos olhos e na língua...
Mas de resto é um bebê mais que perfeito, mais que tranquilo, mais que amado...é nossa benção, nosso tesouro...nem sei quantas vezes me pego chorando só de olhar pra ele, ver suas 'caras e bocas', tá sempre sorrindo, parece que tem os sonhos mais lindos do mundo (e deve ter mesmo, pois eu sei que é sempre com a vovó Geni que vem brincar com ele nos sonhos), como eu sempre digo ela é nosso anjo particular!
Então, leitores, tudo está bem...hoje ele irá à pediatra, conto no próximo post.
bjocas
Meiroka

maior sussa no colo do pai...

já na ralação do escritório...

tomando seu solzinho na cama da mamãe e papai


e no possante no quintal de casa

na segurança do lar...

PRIMEIRO DESAFIO A SER VENCIDO: A ICTERÍCIA

João e eu tivemos nosso primeiro desafio a ser vencido logo no segundo dia de vida: a icterícia. Em uma de minhas consultas, meu médico disse que a combinação sanguínea minha e do marido (eu = O+ e ele = AB-) resultaria em um bebê A+ ou B+ e que estes tipos sanguíneos têm maior propensão de desenvolver icterícia. Sinceramente, não dei a atenção que deveria, ou pelo menos, não me preparei para que isso realmente pudesse acontecer com o João. Infelizmente, aconteceu.No segundo dia, eu já estava super bem, meu médico passou pela manhã e me encontrou sentada em cima da cama em posição de Buda, riu e disse: bom, nem preciso examinar, sentada desse jeito é sinal de que está bem, certo? Se estivesse com dor, estaria deitada, cheia de ‘ais’. Eu ri e disse que realmente estava bem, só um pouco de ardência no corte, dependendo da posição que eu ficasse. Ele disse que era normal, passou as recomendações para cuidar do corte, ou seja, quando tomar banho, lavar bem com sabonete e secar muito bem. Só isso. Marcou a retirada dos pontos para dali quinze dias, passou um remédio para dor (caso sentisse), continuasse a tomar a mesma vitamina que estou tomando enquanto estiver amamentando e também uma pomada para passar no bico do seio para evitar rachadura, infecção e dor.
Aí deu uma olhadinha no João e disse que agora minha saída estava por conta dele e que observasse nos dias seguintes algum indício da icterícia. Ok, fiquei feliz da vida. Puxa, iríamos embora pra casa. Logo em seguida entrou o pediatra de plantão para ver o João. Tudo em ordem, mas o médico notou um amarelado na pele dele e disse que iria pedir um exame para icterícia. Ai meu Deus, novamente a tal icterícia. Bom, João já tinha tomado duas vacinas: BCG e Hepatite. Não cheguei a ver porque a enfermeira levou na sala de exames ao lado dos quartos. Só escutei o choro do meu príncipe, e chorei junto. Ai como dói a dor de um filho. Depois com o pedido do exame, a enfermeira de plantão o levou novamente para uma ‘picada’ e voltou cheia de elogios para meu bebê. “Se comportou como um mocinho”. Ai quanto orgulho.O resultado do exame veio rápido e objetivo: João estava com icterícia, num grau 14,5 e precisaria estar abaixo de 13. Teria que fazer um tratamento a base de luz chamado fototerapia durante 24 horas. Me explicaram que ele ficaria em um berço normal com um conjunto de lâmpadas que simulariam o efeito do sol. Tipo: sabe aquelas camas de bronzeamento artificial? Pois é, bem parecido. Ele ficaria só de fralda, não poderia ter nada com cor, tudo branco para não desviar a luz dele. O efeito da luz tiraria o amarelo que seria expelido no xixi e no cocô.Fiquei bem chateada, mais um dia inteiro no hospital.
Poxa! Mas tudo bem, para o bem do João qualquer coisa. O medico me tranquilizou falando que era uma doença muito comum e que o tratamento era muito eficiente. Mudamos de ala, afinal agora eu é que era a acompanhante do João e fizeram um nova internação para ele.


A ICTERÍCIA
O recém-nascido pode apresentar icterícia que geralmente se inicia após as primeiras 24 ou 48 horas de vida, chamada icterícia fisiológica do recém-nascido, e que desaparece espontaneamente após 10 ou 15 dias. Neste período as fezes e a urina da criança permanecem com sua cor normal. O exame clínico e laboratorial do fígado também se mantém dentro da normalidade. Quando esta icterícia se inicia dentro das primeiras 24 horas, o quadro clínico pode se agravar devido a uma incompatibilidade sanguínea entre a criança e a mãe (antigamente chamada de eritroblastose fetal). É um tipo de icterícia chamada "icterícia hemolítica" porque é causada principalmente, pela destruição natural que ocorre com os glóbulos vermelhos após o nascimento. É uma doença benigna e nos casos da ‘fisiológica’ pode-se melhorar com banho de sol pela manhã cedo. No caso da ‘hemolítica’ é necessária a fototerapia durante um tempo que vai depender de cada bebê. A icterícia do recém-nascido também pode ser causada por acúmulo de bile dentro do fígado (colestase neonatal) e esta deve ser investigada logo que se inicia, pois pode ser causada por uma obstrução congênita das vias biliares chamada de atresia de vias biliares extra-hepáticas, necessitando de intervenção cirúrgica precoce, entre os 2 ou 4 meses de idade, pelo risco de evolução rápida para cirrose e insuficiência hepática.
No caso do João, infelizmente não foi a icterícia fisiológica, foi mais sério pq marido é AB negativo e eu sou O positivo, João é B positivo.


ICTERÍCIA HEMOLÍTICA
Doença hemolítica por incompatibilidade ABO - doença mais frequente no primeiro filho A ou B de mãe O, caracterizada por icterícia precoce, reticulócitos aumentados (acima de 6%) e anemia não muito acentuada, cuja prova de Coombs costuma ser negativa e a prova do Eluato positiva.


Primeira batalha a ser vencida e entramos nela, João e eu com a cara e a coragem. Marido já tinha viajado e eu teria que cuidar de tudo. Fomos para outro quarto, João passeou de elevador pela primeira vez. As enfermeiras foram fantásticas. Arrumaram tudo e colocaram João, só de fralda, com óculos de gaze adaptado (pois ele não poderia olhar para a luz). Ele como sempre, tranquilão, nem se incomodou com os óculos (no começo – mas logo percebi que eles seriam nosso grande problema).Iniciamos o tratamento confiantes. O problema é que 24 horas não foram suficientes. No exame do dia seguinte, a taxa não só não tinha diminuído como tinha aumentado. Foi recomendado mais 24hs de fototerapia. João já não estava muito animado com aqueles óculos estranhos, além disso o calor da máquina de luz deixava sua pele vermelha e cheia de bolinhas. Dureza ficar num quarto fechado, com aquela máquina de ‘assar frango’ high tech e ver seu bebê ali sem poder fazer nada. Os óculos foram um problemão, pois João, mesmo dormindo, arrancava. As enfermeiras tentaram dois tipos, mas a solução veio numa ‘touca de mano’ que fizeram pra ele, e que ele não conseguiu tirar. Só assim tivemos um pouco de sossego nas poucas horas de sono que João me permitia tirar.Já estava parecendo um zumbi. Nas mamadas, eu ficava ‘pescando’ e morria de medo de soltar o João. Com o marido longe, em Porto Alegre, minhas cunhadas se revezaram e ficaram comigo durante a noite, e a sogra vinha durante o dia.
Foram dias de muito stress e cansaço. Minha cirurgia começou a doer mais, o sono todo atrapalhado vinha nas horas mais erradas possíveis. E para complicar ainda mais um pouco, a pediatra de plantão disse que João estava com infecção urinária. Estavam coletando seu xixi para análise durante o tratamento que já estava no seu 3.o dia e com pequena diminuição. Ao a pediatra recomendou soro pro meu bebê o que significava colocar um cateter, vcs em ideia do que é colocar isso no braço de um bebezinho (vejam a foto). Aí eu surtei. Minha pressão subiu feito feito refri sem gelo. Comecei a chorar e não parava mais. Foi um caos. Graças a Deus, que Ele manda anjos na hora certa. E a enfermeira que fez o procedimento no João, além de ser muito competente, era um anjo, que me ajudou muito. Obrigado Ana Flávia!
Aliás, em matéria de enfermeiras-anjos, eu fui muito bem servida. Cada uma me ajudou em algo diferente.Bom, no final das contas, João não estava com infecção urinaria e sim uma diminuição da urina devido a uma desidratação causada pelo calor da máquina. O que concentrou a urina e alterou os resultados. A solução era muita amamentação e alguns goles de água. E observação.
Graças a Deus, tenho bastante leite e João é comilão feito o pai. Assim, superamos juntos mais essa.Marido chegou no sábado e eu pude, enfim, relaxar um pouco. Caramba, como fez falta! Mas as taxas do João ainda teimavam em não diminuir. Me disseram que era assim mesmo quando a causa da icterícia era de compatibilidade sanguínea, ou incompatibilidade, com queiram.Assim, tivemos que levar essa situação até hoje, dia 01/12, quando enfim João teve alta.
Estou escrevendo este post já em casa, no meu escritório, com João dormindo no seu possante do meu lado, tranqüilo, tranqüilo...A recomendação agora são banhos de sol logo cedinho, durante 5 minutos para expelir de vez o ‘amarelão’.Quando olho para trás, vejo que precisei de muita força, e que essa força veio. Como sempre vem para as pessoas que confiam em Deus e que como eu, possuem um ‘anjo’ especial lá em cima cuidando para que tudo aconteça da melhor maneira possível.
Foto antes do diagnóstico da icterícia
Primeiro banho

Já iniciando o tratamento de fototerapia

Nova tentativa de´'óculos' que não deram certo (olha a folga dessa criança!!!)

E com a 'touca de mano' que deu certo

Com o catéter, só stress!

Bebendo água para reidratar


Com papai de volta! Só alegria!

RELATO DO PARTO

Vamos lá mulherada...o que todas as grávidas de plantão estavam esperando: o relato ‘nu e cru’ do parto.Bom, como vcs sabem fui ao médico na segunda as 13hs. Já com frio na barriga porque já estávamos decididos a marcar para aquele dia mesmo. Dr Sergio, naquela calma que lhe é peculiar disse que precisaríamos ver como eu estava e se o João já tinha encaixado etc etc....v amos à rotina: peso, medida, pressão, batimentos, encaixe....Peso: gentennnnnnnnn!!!! Emagreci 1 kilo...Jesus me defenda! Nem acreditei no que dizia aquela balança maldita e pré-histórica, até fiz as pazes com ela e disse pra não a mal tudo o que falei e pensei dela....Medida da barriga: só crescendo como sempre,Pressão: Ops...um pouco alta – mas ele aliviou pela ansiedade,Encaixe: João encaixadoBatimentos: fortes como sempreAí voltamos a sala e ele disse: não passa mesmo dessa semana, aliás vc já está com contrações...EU NÃO TO COM CONTRAÇÃO! Risos ...não sei pq ainda teimo com ele...se diz, eu estou e ponto!Bom, lá foi ele fazer as contas dele que ninguém consegue entender ..enquanto isso ...marido e eu olhando um pra cara do outro naquela ansiedade...pré vestibular!“Muito bem, vamos marcar para amanhã bem cedo, tudo bem?” “bom, bom não ta NE? A gente queria pra hoje...mas vamos lá!Aí ele ligou pra maternidade pra ver como estavam os agendamentos de cirurgia para o dia seguinte cedo....TUDO LOTADO! Cidade do interior minha gente...a maternidade tem 3 salas completas de cirurgia e uma de apoio...aí ele olha pra nós dois, e faz a pergunta que não quer calar: e hoje final da tarde? Tudo livre? Ah, então marca aí pra mim que vou reunir a equipe.Não sei se fazia: Ufa! Ou Ai meu jesuis! Fiquei com a mescla dos dois...Virou pra mim e disse: jejum absoluto de agora pra frente! Sim, senhor...e interna Lá pelas 17hs...a gente se vê na sala de cirurgia às 19hs. SIM SENHOR!Frio na barriga era iceberg perto do gelo que eu tava sentindo...pobre do João deve ter pegado um belo resfriado lá dentro.... mas vamos lá NE? Quem está na chuva é pra se queimar ...já dizia não lembro quem!Bom, resumindo, as 16h30 lá estávamos marido e eu, e as malas (minha e do João) na recepção da maternidade. Aí vem a burocracia...e autoriza aqui e ali, e aguarda um minutinho...bom aí foi quase 1 hora...tudo certo, entramos marido e eu na ala da maternidade e fomos pro quarto...não consegui ficar no lilás pq já tinha uma recém-mamãe lá....ficamos no azul e verde e sei que João ficou mais contente com esse.Dali a pouco já entra um enfermeira com aquele camisolão ridículo aberto atrás pra eu vestir: Tira tudo ta mãe! Tudo mesmo! Ok...vou tirar...só não tirei as lentes de contato e não tiraria por nada desse mundo...já tinha ido decidida a não falar nada pra ninguém sobre as lentes e não falei mesmo...só contei pro marido que eu já sabia que tinha que tirar, mas que achava ridiculo, pq eram regras que mudavam de um hospital pra outro, e minhas lentes são daquelas de longa duração, eu fico com elas meses sem tirar...então não tiraria mesmo. Pq ficar pelada, ser cortada, ficar totalmente à mercê de outras pessoas eu ficaria, mas cega...jamais!Aí ficamos lá, tão nervosos que não tínhamos assunto....acho que pela primeira vez em nossa vida juntos. Mas nem demorou muito, dali a pouco a porta se abre e aparece aquela maca que vimos em filme e duas enfermeiras simpáticas e brincalhonas: Pronta, mamãe? Eu respondi na lata: NAOOOOOOOOOOOO!!! Elas riram e disseram: Tarde demais! Agora é vai e vai! Me resignei ...pelo João! Deitei na maca, peguei na mão do marido e ele dá aquele sorriso que pretende ser encorajador e diz: Daqui a pouco eu to lá do seu lado! Pobrezinho, sei que tava se fazendo de forte por mim e pelo João. Se pudesse, não chegaria nem perto daquela sala de cirurgia.Fui sendo levada por corredores compridos e só o que via eram as luminárias passando...putz, eu era personagem do plantão médico, daqui a pouco apareceria o George Clooney pra me atender...ah não ...ele era pediatra e não obstetra!Entrei na sala de cirurgia...toda modernosa, cheia de aparelhos e equipamentos de tortura....ops, quero dizer, de equipamentos médicos. Aí, colocaram dois suportes de apoio dos braços: vc fica deitada, pelada e de braços abertos...eu diria que um retrato da crucificação....pior, NE? Jesus não estava pelado pelo que li nos relatos bíblicos. Enfim, meninas: a palavra de ordem aqui é RESIGNAÇÃO. Não tem alternativa, creiam! Bom, em um braço fica o aparelho de pressão conectado em você para monitorar a pressão de cinco em cinco minutos, e no outro, aiiiiiiiiii...já estava espetando uma agulha e colocando o soro e um monitor no dedo indicadorAh, sim, detalhe importante: depois disso amarram seus braços...é serio! Literalmente amarram seus braços nos suportes....como eu disse: resignação.Nessa altura os médicos já entram batendo papo sobre imposto de renda...nem me olham, afinal uma barriga a mais, uma barriga menos...só a anestesista veio se apresentar, Dr.a Denise, super hiper mega simpática, me explicou o procedimento, pediu que eu sentasse como Buda se pudesse...eu podia...lembrem-se que eu emagreci um kilo ora essa! E baixasse a cabeça (tipo alongamento ... como se Joao deixasse !) disse que eu sentiria a picada, mas só isso ...o líquido eu não sentiria...e não senti mesmo...a picada foi super light, quando eu deitei novamente já comecei a sentir as pernas formigarem e a sensação vai subindo acompanhada de uma dormência até que gostosa.Nesta altura eu só queria saber onde é que estava marido. Que chegou em seguida, mas tece que ficar num lugar de honra reservado para os pais, ou seja, bem de cara com a saída do bebe, tudo o que ele não queria ver. Ao meu lado ficou a anestesista que ia me relatando tudo o que estava acontecendo. Sabe que foi até melhor: primeiro porque marido pode enfrentar seus medos e ver quase tudo o que acontecia, teve o privilegio de ver a saída ou melhor, a chegada de nosso filho e também para mim, pois a médica ao meu lado me deixava tranqüila, dizendo o que ia acontecendo: estão cortando, vc não vai sentir quase nada, agora a cabeça dele vai sair, estamos pressionando sua barriga agora para ajudar o bebe a sair, vc vai sentir a pressão por isso respire fundo. E assim foi. Quando a cabeça do Joao saiu só escutei marido dizer: Amor, o bicho é cabeludo!E eu só querendo saber se era perfeito. Cabeludo, careca, moicano....tanto faz! Mãe quer saber: tem todos os dedinhos? O nariz ta no lugar certo? Ai gente, não riam, mas mãe é assim mesmo....enfim, João veio como deveria vir: PERFEITO. Quase 3 kilos (2.970kg) e 49cm. Meu medico ficou meio decepcionado, até brincou com a pediatra dizendo que ela tinha pesado errado porque o João já estava com 3.200kg....como assim menos de 3kg? Mas o que me importava mais de 3, menos de 3...João tinha chegado a esse mundo. E chegou chegando, soltando o pulmão pra quem quisesse escutar.Vou ser repetitiva como qualquer mãe: é o som mais maravilhoso, mais esperado e único. A sensação é única. Um misto de alivio e alegria que realmente não dá pra descrever. A pediatra o levou para os testes e o pai foi logo atrás...ta bom que ia se preocupar com a mãe. Certo ele! A parte boa já tinha acontecido, agora era só ‘restaurar’ o estrago.Dali a pouquinho trouxeram João pra eu ver. Novamente outra sensação que por mais palavras que usemos não chega nem perto...sentir o rostinho do seu bebê junto do seu é maravilhoso demais. Mas eu queria ver o saquinho....e vi! Coisa mais linda....Bom, enquanto tudo isso acontecia, meu médico e seu assistente estavam lá batendo o maior papo sobre imposto de renda e me costurando...vc sente que estão mexendo em vc, mas não sente absolutamente nada. Também não senti enjôo, graças a Deus. São minutos longos demais, parece que nunca mais vai acabar....a anestesista fica do seu lado monitorando e o negocio é ter paciencia.Quando eles terminam, vão embora...aí o serviço é com o enfermeiro que te prepara para levar ao quarto: te limpa, coloca a sonda, retira aqueles negócios que monitoram seu coração, desmontam a barraca que montam em cima de vc e por ultimo soltam seus braços. Aí colocam o camisolão ridículo ...que nessa altura do campeonato parece mais com uma linda camisola de seda e começa seu caminho de volta....Na cabeça uma só coisa: VER O JOÃO, pegá-lo, senti-lo, beijar beijar beijar....Mas seu estado não inspira muita confiança não viu? Primeiro que vc está totalmente sem movimento da cintura pra baixo....que sensação ruim... mas aí chega no quarto, meio grogue, vê o marido todo emocionado, cunhada e sogra berrando no corredor do berçário e irmão querido e amado vindo te beijar....ai ai, estou em casa...Agradeço a Deus e a minha mãe querida, que esteve do meu lado o tempo todo, me acalmando, me protegendo, eu vi nitidamente seu rosto, seu sorriso dentro do centro cirúrgico. Sei e tenho toda a certeza do mundo de que ela preparou a vinda do seu neto querido e esteve comigo durante todo o tempo para que tudo corresse bem...obrigado mamy...mesmo ainda não entendendo a sua partida, ainda mais agora que precisamos, João e eu, da sua presença, do seu amor, dos seus conselhos, mesmo assim este momento e o momento em que vi a Stefanie pela primeira vez são, sem dúvida, os dois momentos mais importantes da minha vida.Enfim, foi uma experiência que não dá pra esquecer mesmo. Mas foi bem mais leve do que pensei...dá pra enfrentar na boa, meninas ! Se eu, uma grávida idosa, tirou de letra, todos podem, certo?Tomei banho logo na madrugada e tomei sozinha hein? Também tirei as bandagens e tudo sozinha. A anestesia já vai embora horas depois, vc começa a sentir as pernas voltarem e é bem esquisito. Ah, não pode levantar a cabeça de jeito nenhum por 6 horas, porque senão vai ter uma dor de cabeça de arrancar os cabelos. Então é meio ruim essas horas iniciais, alguém tem que te ajudar a amamentar, pq não dá pra se mexer, mas as enfermeiras são ótimas e ajudam mesmo.
Depois das 6 horas, te trazem um chazinho com bolacha que mais parece uma pizza de tanta fome que eu estava. Depois disso, lembro que dormi um pouco, mas logo João já reclamava de fome e lá vamos nós tentar iniciar esse processo difícil no começo, mas infinitamente maravilhoso: amamentar.
Bom, como eu disse, minha recuperação foi rapidinha mesmo...mas não esperava que teríamos que enfrentar uma barra logo a seguir. Vou contar no próximo post.
beijokas,
Meiroka

A foto está assim pq papai 'quase' não estava nervoso

Primeiro post do Blog do João


Oba, vamos iniciar a trajetória do João Alberto. Se bem que ela já começou lá outro blog.
Então resolvi trazer pra cá as últimas postagens que correspondem aos primeiros fatos da vida do meu príncipe.
E daí pra frente eu continuo com novas postagens, ok?

Grande beijo e bem vindos!